Atualmente, cada vez mais pessoas reconhecem a importância da saúde mental como parte integrante do seu bem-estar geral. De facto, a saúde mental afeta todos os aspetos da nossa vida – desde a esfera pessoal, profissional e familiar, até à saúde física – podendo resultar em momentos extremamente desafiadores e solitários, principalmente quando não compreendemos exatamente o que estamos a enfrentar.
Nesse contexto, uma boa avaliação psicológica é fundamental, oferecendo insights valiosos acerca da condição cognitiva e emocional dos indivíduos e guiando futuras intervenções. De acordo com a Encyclopedia of Mental Health (Third Edition, 2023), a avaliação psicológica é o processo de recolha de informação que visa o desenvolvimento de uma compreensão holística do indivíduo, tendo em conta as suas experiências passadas, problemáticas atuais, e objetivos futuros. Assim sendo, uma avaliação psicológica bem conduzida vai muito além de uma simples conversa. Envolve a aplicação de técnicas e instrumentos específicos por profissionais qualificados que exploram diversos aspetos da condição humana, desde fatores de personalidade, ao funcionamento emocional, comportamental, social e cognitivo.
Desta forma, é possível compreender o indivíduo no seu todo e identificar potenciais limitações, áreas de força, desafios e a presença (ou não) de possíveis perturbações psicológicas.
Parece, então, claro que a avaliação psicológica apresenta diversas vantagens. Em primeiro lugar, permite avaliar o funcionamento cognitivo (e.g., memória, atenção, funções executivas, etc.), emocional (e.g., regulação emocional, ansiedade, depressão, etc.), comportamental (e.g., padrões de sono, comportamentos de risco, etc.) e social (e.g., suporte social, comunicação interpessoal, etc.) de um indivíduo.
Em segundo, ajuda no diagnóstico de perturbações psicológicas (e.g., perturbações de personalidade, perturbação depressiva, perturbação obsessivo-compulsiva, etc.) e de outras problemáticas (e.g., ansiedade e /ou traços de personalidade subclínicos, etc.) com impacto significativo na vida e funcionamento dos indivíduos, permitindo também identificar as causas subjacentes à sintomatologia apresentada.
Em terceiro lugar, serve como base para o desenvolvimento de um plano de intervenção compreensivo e individualizado, fundamentado não só nas dificuldades e défices/limitações dos indivíduos, mas também nos seus pontos fortes. Em quarto lugar, a avaliação psicológica permite também a monitorização do progresso do indivíduo ao longo do seu processo terapêutico, útil para a realização de ajustes que beneficiem a intervenção. Por fim, ao possibilitar uma visão holística do indivíduo, ajuda-o a compreender-se melhor a si mesmo e àquilo que o ativa, contribuindo assim para uma maior capacitação e aumento da autoconsciência.
Em suma, a avaliação psicológica é um processo abrangente baseado na identificação de necessidades, dificuldades e pontos fortes, e constitui-se como um pilar fundamental sobre o qual assenta todo a intervenção clínica e subsequentes resultados. Assim, contribui fortemente para o bem-estar geral e melhoria da qualidade de vida dos avaliados.