O impacto da intervenção multidisciplinar em crianças

“O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipa ganha campeonatos”

                     Michael Jordan

Quando falamos em trabalho em equipa surgem-nos automaticamente uma série de conceções como “juntos somos mais fortes, dois pensam melhor do que um” e de facto juntos somos mesmo mais fortes se, estivermos todos focados e determinados a trabalhar para alcançar os mesmos objetivos, a olhar na mesma direção. Mas, embora o trabalho de uma equipa seja uma mais valia para a eficácia, otimização de recursos, aumento da produtividade e, consequentemente do sucesso de um projeto, nem sempre as equipas conseguem funcionar/trabalhar verdadeiramente em equipa, pois para que isso aconteça é essencial que haja partilha de informação, definição de objetivos em conjunto, um sentimento de pertença, de compromisso, o “amor à camisola” de que tanto se fala, o saber ser parte de um todo onde há espaço e respeito pela individualidade e conhecimentos de cada um, o que muitas vezes se revela um desafio.

Mas, comecemos por olhar para a palavra equipa que no dicionário é definida como “grupo de pessoas que trabalham em conjunto para o mesmo fim” (infopédia).

Assim, quando nos referimos a uma equipa multidisciplinar, falamos de um conjunto de profissionais de diferentes áreas, nomeadamente, psicólogos, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais, entre outros técnicos especializados, que se complementam no apoio/respostas e trabalham em conjunto para alcançar um objetivo comum, respondendo às necessidades apresentadas pela família e/ou criança, estimulando as suas competências, e assim fomentando a autonomia e o desenvolvimento global da criança.

A intervenção multidisciplinar traz vários benefícios, mas desde logo permite-nos trabalhar tendo por base uma abordagem holística da criança. Esta abordagem é facilitada pelo conjunto de olhares distintos dos profissionais, pela partilha de conhecimentos das diferentes especialidades, que possibilitam a construção de uma perceção integral das dificuldades apresentadas e uma reflexão sobre os diferentes aspetos da vida da criança que podem estar a interferir com a situação em análise/problema, promovendo assim uma aproximação do plano de intervenção às necessidades apresentadas, aumentando a qualidade da intervenção proporcionada e, consequentemente a melhoria da qualidade de vida da criança.

Mas para uma intervenção que se quer efetiva e eficaz é necessário não ficar apenas pelo contexto terapêutico e promover o envolvimento e a participação de outros contextos como a escola, a família, o centro de estudos, etc., de todos aqueles que estão presentes na sua rotina diária, pois a união de esforços de todos permitirá o conhecimento da criança como um todo e, consequentemente o desenvolvimento global desta. Pois, tal como defende o Modelo Bioecológico de Bronfenbrenner o desenvolvimento do individuo é o resultado das interações deste com os diferentes contextos em que se insere, por isso no momento de avaliação e de delineamento do plano de intervenção devemos ter em conta o sistema em que a criança se insere e refletir sobre as interferências/influência destes na situação problema.

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