As perturbações de humor consistem em períodos prolongados de alterações emocionais que trazem impacto negativo na vivência das pessoas. A característica central é o aumento da intensidade com que as emoções são experienciadas.
Quer a tristeza quer a alegria são respostas naturais a diversas situações do quotidiano, mas quando são excessivamente intensas, têm maior durabilidade, são recorrentes e acompanhadas por outros sintomas. Estamos perante uma depressão e/ou mania (euforia), que representam os dois polos opostos das perturbações de humor.
Os fatores que podem predispor alguém a sofrer de uma perturbação de humor tanto podem ser genéticas, biológicas como ambientais – acontecimentos emocionalmente negativos.
Das doenças mentais, as perturbações de humor são as maiores responsáveis pelo suicídio. Elas contribuem para um estado de maior desorganização e desconforto emocional, tornando a atitude e as crenças irrealisticamente negativas, enfraquecendo potenciais competências para pensar em soluções e lidar com adversidades, levando a um desespero ainda mais intolerável.
Estima-se que o risco de suicídio ao longo da vida em pessoas com perturbações do humor (principalmente depressão) é de 6 a 15%.
Neste estado de vulnerabilidade individual, em que a dor emocional sentida é tao elevada, a possibilidade de suicídio é uma opção viável, pois encontram-se numa tal angústia que as incapacita de avaliar as suas opções objetivamente. Ao verem-se isoladas, sem opções, a ideia cresce e, sem apoio, o suicídio surge como a única resposta.
Na maioria dos casos, o suicídio é algo planeado, porém, a impulsividade interfere na tomada de decisão, sendo fator de risco acrescido, ao aumentar a rapidez com que se passa do pensamento ao ato. Se a pessoa começa a apresentar uma grande tristeza, desesperança e pessimismo, chora sistematicamente, demonstra uma mudança acentuada de comportamento e atitudes; tem comportamentos impulsivos e agressivos; isola-se, estes sinais entre outros devem ser de alerta para procurar ajuda profissional.
Aceder ao tratamento adequado dos problemas de saúde psicológica reduz significativamente o sofrimento e o risco de suicídio.
O trabalho em conjunto do psicólogo e do psiquiatra é recomendado para garantir uma melhor saúde mental para o paciente. O psiquiatra ao diagnosticar e prescrever psicofármacos para aliviar os sintomas e o psicólogo ao acompanhar o paciente a melhor conhecer-se e ao problema, através da validação do desespero, tristeza e sofrimento emocional enquadrada na sua história de vida; da discussão da relação entre pensamento, sentimento e reação e da desconstrução das crenças negativas e auto destrutivas. Em suma, orientando para encontrar as estratégias certas para enfrentar adequadamente a problemática, aprendendo a respeitar-se, valorizar-se!