Ao longo da nossa vida vamos desenvolvendo a nossa personalidade fruto da interação entre a genética que carregamos e as nossas vivências, a educação, os acontecimentos a que somos sujeitos, o ambiente e possíveis fontes de trauma ou stress. Desta forma, vamos adquirindo padrões específicos de interpretação do mundo, das relações com os outros e de nós próprios, com vieses de pensamento que moldam toda a nossa vivência.
Se estes padrões de personalidade e a forma de reagir aos acontecimentos se tornam rígidos, inflexíveis e difíceis de desmontar, frequentemente deparamo-nos com situações de doença mental – sintomas depressivos, ansiosos, instabilidade emocional, dificuldade em compreender e gerir fenómenos internos (pensamentos, sentimentos, emoções e comportamentos) – que comprometem a capacidade de nos adaptarmos aos contextos interno e externo.
O objetivo para a preservação da saúde mental será então criar uma vida preenchida, enriquecedora e com significado aceitando os fenómenos psíquicos internos tal como eles são, inclusivamente os momentos de tristeza inerentes à vida. Esta flexibilidade psicológica, alcançada através de processos de Aceitação e mudança comportamental, evitam o sofrimento desnecessário relacionado com o emaranhamento cognitivo, a sobrevalorização do pensamento e o evitamento que fazemos de determinadas experiencias potencialmente positivas.
O problema não é que as pessoas estejam “a pensar mal”. O problema é a identificação literal com determinados pensamentos e a “luta” que as pessoas travam contra esses pensamentos.
A saúde psicológica requer um modo diferente de trabalhar com a mente, com foco no momento presente, Aceitação da experiência, estabelecimento de valores para o futuro e ações comprometidas com esses valores. Dessa forma desenvolveremos a flexibilidade psicológica necessária para um funcionamento mais adaptativo, para a criação de relações mais saudáveis e satisfatórias e uma vivência interna mais rica e sã.